Mudam as palavras e não nos avisam |
MENSAGEM DE UM PASTOR EVANGÉLICO A SERVIÇO DE DEUS !!!!! |
As palavras estão em constante mudança de significado. Uma palavra que carrega um sentido hoje, não dirá a mesma coisa amanhã eu posso dar algumas demonstrações simples do que estou dizendo. |
A palavra "gato", por exemplo, há 100 anos se referia aos bichanos, felinos. Há 30 ou 40 anos já era usada para se referir a um homem bonito. Hoje se diz que "gato" é uma ligação clandestina numa rede elétrica e, amanhã ou depois, esta mesma palavra poderá ser utilizada para se referir a outra coisa que nem sabemos ainda. Isto é um ciclo interminável: as palavras sempre brincam de mudar de sinônimos. Se não percebermos o contexto no qual está sendo usada podemos incorrer em alguma confusão. |
O mesmo acontece ao inverso, mantendo o significado mas com novas e diferentes palavras. Há algum tempo, nas comunidades de periferia do Rio, usava-se a palavra "sangue" (derivado de sangue bom) para se referir a alguém que era parceiro e em quem se podia confiar. Hoje a palavra substituta para parceiro/sangue é "braço" que faz referência à expressão "braço direito". |
Uma palavra em um contexto pode ser entendida de forma completamente diferente em outro contexto. Nem sempre as pessoas conseguem se libertar das formas fechadas e entender que mais importante do que a palavra utilizada é o significado que ela carrega no momento, em contextos fora de sua realidade imediata. |
Na religião este problema de significados é maior ainda. Parece que algumas instituições "santificam" determinadas palavras como se somente aquele determinado grupo de fonemas fosse o "correto", mas se esquecem que os significados se alteram com o tempo e, também, que algo pode ser dito ou explicado com outras palavras, mesmo que não façam parte daquele ambiente religioso. |
Eu sou pastor em uma comunidade muito carente. Não é sempre que digo isso, mas eu sou pastor, sim. Na maioria das vezes, quando conheço novas pessoas, não falo imediatamente que sou pastor. Não é por vergonha do chamado espiritual. Muito pelo contrário. Mas porque esta palavrinha, atualmente, está muito distante e distorcida do que ela realmente significa. Só depois de alguma convivência e com mais tempo é que eu falo que sou pastor e o que REALMENTE um pastor faz ou deveria fazer. |
Infelizmente, se alguém disser hoje que é pastor, será logo lembrado como aqueles homens de roupa branca, da televisão, expulsando demônios falsos e pedindo ofertas. Ou pior ainda: serão, invariavelmente, fora dos arraiais das igrejas, vistos como pessoas totalmente desconexas da realidade, quando não muito, tidos por neuróticos e até mesmo hipócritas por pregarem uma coisa na igreja e fazerem outra totalmente diferente fora dela. |
Prefiro não ser chamado de pastor a ser associado a um destes modelos empresários da fé. |
Outro dia um amigo me perguntou se na faculdade de teologia já se saía com a "cabeça moldada e fechada contra outras religiões". Eu disse que sim e também que não. Depende de quem sai e como sai da faculdade. Uma coisa é demonizar indiscriminadamente tudo o que não seja chamado de "bíblico" ou "evangélico", como se tudo o que não carregasse essas palavrinhas e fonemas fosse do diabo. O problema é que muita gente,a maioria, entra e sai da faculdade fazendo e pensando assim. Outra coisa, muito diferente, é ter o olhar da Graça de Deus mesmo para as coisas que aparentemente são antagônicas à fé cristã. Lembro sempre do exemplo do centurião romano que era provavelmente pagão e Jesus viu nele uma fé que nem em Jerusalém, a "cidade santa", ele encontrou. |
Não defendo denominações, não brigo para dizer que minha religião e suas regras de fé e práticas são melhores do que outra. Nem mesmo ao cristianismo imputo a infalibilidade, porque sei que nenhuma instituição religiosa ou filosófica tem em si mesma resposta para salvação de ninguém. |
Olho para Jesus e vejo nele o Pai, um Deus pessoal, que se relaciona comigo como sou, mesmo que eu não mereça tal cuidado dele. Simples assim. Longe de eu ter alcançado o status de "perfeito" ou "sabedor de toda a verdade", aprendo com ele na Bíblia. Sim, na Bíblia. Um pouco a cada dia. Sou discípulo dele e não da leitura que a religião faz dele e me diz como é que tem que ser. Livre da carga institucional, eu o vejo e o percebo no meu dia a dia, nas coisas mais simples e também mais complexas e importantes. Do culto que dirijo em minha comunidade ao encontro romântico que tenho com minha esposa ou uma reunião de negócios que eu tenha a tratar com algum cliente. Em tudo Deus está presente na minha vida. |
O Deus que nos entende até sem palavras que te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente! |
Pablo Massolar |
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
MUDAM AS PALAVRAS
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário